Arquivo Historico
Tipo ARQUIVO JOSÉ LUCIANO DE CASTRO
DESCRIÇÃO DO COLECÇÃO
Nível de descrição: Colecção 
Data de Produção: Inicial: 1886 | Final: 1933 
Dimensão e Suporte: 333 documentos 
Código de referência: PT-AHP/AJLC 
História: José Luciano de Castro nasceu a 14 de Dezembro de 1834, no distrito de Aveiro, freguesia do Eixo, Oliveirinha, e faleceu a 9 de Março de 1914. Era filho de Francisco Joaquim de Castro Pereira Corte Real, da Casa de Feijó, concelho da Feira, último morgado da casa da Oliveirinha, cujo vínculo existiu até 1860. Foi vogal da Junta Governativa de Aveiro (1845) e presidente da Câmara Municipal da mesma cidade (1857 e 1858). Sua mãe, Maria Augusta Meneses da Silveira, foi a única herdeira dos vínculos de que a família era detentora (vínculos de Oliveirinha, Salgueiro, Rabaçal, Fontão, Espinhal).

José Luciano de Castro casou, em 1867, com Maria Emília Cancela de Seabra, filha de Alexandre Ferreira de Seabra, autor do Código de Processo Civil, da qual teve duas filhas: Maria Henriqueta, em 1868, e Júlia, em 1869.

Cursou Direito, na Universidade de Coimbra (1849-1854), onde teve como colegas personagens como Barjona de Freitas, Soares de Passos, Gama Barros, Ramiro Coutinho, António Alves da Fonseca e Teles de Vasconcelos, e conviveu com Dias Ferreira, Vaz Preto, Vieira de Castro, Rocha Páris, Francisco Vanzeller, Peito de Carvalho, Navarro de Paiva, Isidro dos Reis, Martens Ferrão, João de Deus, entre outros.

Ainda como estudante publicou artigos em jornais como O Observador, futuro Conimbricense. Foi redator principal de O campeão do Vouga e colaborou com a imprensa e o Boletim da Torreira, acabando por fundar em 1859, com Cruz Coutinho e Barbosa Leão, o Jornal do Porto. Em Lisboa colaborou em jornais como a Gazeta do Povo, O País, O Progresso, tendo fundado o Correio da Noite, que veio a transformar-se no jornal do Partido Progressista.

Iniciou a sua atividade de advogado no escritório de Sebastião de Almeida e Brito, no Porto. Já em Lisboa, em 1868, e com António Alves da Fonseca, fundou O Direito: Revista de legislação e jurisprudência. Entre 1891 e 1895 retomou a advocacia, acabando por, em 1892, ser nomeado vogal efetivo do Supremo Tribunal Administrativo.

Em 1852 alistou-se no Partido Progressista Regenerador. Após a morte de Anselmo José Braamcamp, em Novembro de 1885, José Luciano de Castro sucedeu-lhe na chefia do Partido Progressista.

Foi eleito Deputado em 1854 e 1856, pelo círculo da Feira; 1861 e 1864, pelo círculo de Gaia; 1869 e 1870, pelo círculo de Aveiro e Lisboa; e até 1887, pelo círculo de Anadia. A 20 de abril 1887 foi nomeado Par do Reino vitalício.

Entre 11 de agosto de 1869 e 20 de maio de 1870 foi Ministro da Justiça e dos Negócios Eclesiásticos; Ministro do Reino de 1 de junho de 1879 a 25 de março 1881; entre 20 de fevereiro de 1886 e 20 de março de 1906 foi nomeado Presidente do Conselho em 5 governos, sendo que em 2 deles acumulou a pasta de Ministro do Reino.

Após o regicídio, e em relação a cinco dos seis governos que se seguiram, e embora não sendo parte integrante deles, funcionou como figura tutelar.

A questão do Crédito Predial Português, de que era governador, e que deflagrou em Abril de 1910, pôs fim à influência que vinha exercendo. A República consolidou esta situação. 
História Custodial: O espólio foi doado ao Museu Histórico e Bibliográfico da Assembleia Nacional por Júlia Seabra de Castro, tal como se encontra referido em alguns dos envelopes em que se encontravam os documentos. Esta doação data de 1944, quando Joaquim Leitão criava o Museu Histórico Bibliográfico e solicitou ofertas de documentos a várias entidades. No entanto outros envelopes dão a indicação "Para serem entregues ao Archivo da Torre do Tombo em Lisboa".

A maioria desta correspondência encontra-se no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. 
Âmbito e Conteúdo: Correspondência enviada a José Luciano de Castro e a sua mulher, D. Maria Emília Seabra de Castro, e filha, Henriqueta de Castro, por membros da família real: D. Luís I, D. Carlos I, D. Afonso Henriques, Duque do Porto e irmão de D. Carlos, D. Amélia, D. Maria Pia e D. Manuel II. Existe ainda correspondência enviada pelo Conde de S. Mamede, secretário particular do rei D. Carlos, uma carta enviada pelo Conde de Moçâmedes, veador da rainha D. Maria Pia, a uma ilustre senhora e uma outra de Aristides da Cunha com carimbo da Biblioteca Nacional.

Por último, um conjunto de sete cartas enviadas por José Luciano de Casto ao rei D. Manuel II e à rainha D. Amélia. 
Organização e Ordenação: Coleção organizada por remetente. 
Fontes e bibliografias: LEAL, Manuel M. Cardoso - José Luciano de Castro: Um Homem de Estado (1834-1914). Lisboa: Edições Colibri, 2013. 
Unidades Arquivisticas Relacionadas: AHP; secção XXII, cx. 1

Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivos de Pessoas Singulares: Coleção José Luciano de Castro

Portugal, Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Anadia: parte da correspondência recebida por José Luciano de Castro, sendo, por isso, parte integrante do seu fundo documental.

Portugal, Biblioteca Nacional, Secção de Espólios e Reservados: algumas dezenas de cartas recebidas e documentação com ele relacionada: espólios de Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, António Enes e Visconde Valmor.

Portugal, Arquivo Distrital de Aveiro: correspondência do fundo de José Luciano de Castro.

Portugal, Arquivo Distrital de Castelo Branco: documentação relacionada, do espólio de Francisco Tavares Proença, que se encontra, em grande parte, publicado 

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